A Guerra do Contestado
expressão da barbárie em relação à defesa de uma forma-de vida
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v11.5063Resumo
O presente artigo tem como temática reflexiva e analítica a Guerra do Contestado como expressão da barbárie em relação a forma-de-vida dos sertanejos do Contestado. Seu objetivo é rememorar a violência perpetrada pela instituição coercitiva (exército) do Estado brasileiro a serviço dos interesses do latifúndio e do capital internacional na exploração das riquezas naturais disponíveis na região ocupada pelos sertanejos e, seu modo-devida comunitário. Ainda nesta direção, é objetivo do artigo demonstrar que a barbárie da Guerra do Contestado continua a manifestar-se na atualidade na forma de nomeação do conflito como “Guerra”, bem como nas formas pejorativas de nomeação dos sertanejos como: “fanáticos”; “negredo”; “caboclo”; “jagunço” denotando desqualificação do sertanejo, da reação em defesa de sua forma de vida. A nomeação do conflito e dos sertanejos constitui estratégia oficial de imputar responsabilidade aos vencidos e, sobretudo apagar da memória popular a barbárie cometida pelo Estado brasileiro a serviço do capital sobre parcela de sua população. Questionar, rememorar e contraditar o nome atribuído pelo discurso estatal oficial como Guerra do Contestado apresenta-se como uma forma de resgatar a memória, as lutas por emancipação dos seres humanos do movimento do contestado como expressão das seculares lutas dos brasileiros contra a violência oligárquica e do capital.
Palavras-chave: Guerra do Contestado; Forma-de-vida; Barbárie; Memória; Desenvolvimento.
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