Cannabis e saber-médico
conflitos, controvérsias e disputas sobre um saber-poder no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v7i0.2698Resumo
Partindo de uma genealogia, este artigo teve por objetivo fazer uma breve análise sobre o papel do discurso médico-científico na construção de um saber-poder sobre os usos sociais de maconha no Brasil. Desta maneira, busca-se apreender os mecanismos de poder entre dois pontos, isto é, de um lado as regras de direito que delimitam formalmente o poder e, de outro lado, os efeitos de verdade que esse poder produz, conduz e estabelece o triângulo poder, direito e verdade. Considera-se que a proibição da maconha no Brasil constituiu uma tomada de poder sobre homens na forma de uma prática governamental de demarcação sobre o que se deve ou não fazer, assim como um poder disciplinar moral e legal. Essa biopolítica implantou mecanismos para disciplinar e controlar uma população específica e o saber-médico foi um saber-poder crucial para isso. Logo, pode-se considerar que os discursos dos saberes médico-científicos continuam sendo relevantes tanto para a manutenção quanto para a reversão dessa ideia de anormalidade, pois esses discursos de saber são fundamentais para manter ou alterar essa noção de anormalidade em torno dos usos sociais de maconha.
Palavras-chave: Cannabis. Saber-médico. Constituição. Saber-poder. Brasil.