A senzala brasileira enquanto campo biopolítico

Autores

  • Daniel Arruda Nascimento Instituto de Ciências da Sociedade da Universidade Federal Fluminense
  • Patrick Farias Nogueira Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.24302/prof.v2i2.1057

Palavras-chave:

Filosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala.

Resumo

Seria o campo aberto da senzala um espaço de concreção do que conhecemos hoje com o nome de biopolítica? Seria a senzala um ancestral do campo biopolítico vindo à luz com os eventos totalitários do século vinte? A hipótese do presente trabalho visa compreender a senzala em correlação com o conceito de campo, como definido pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Comparação essa que se estabelece, no registro das considerações sobre um mundo onde não há improfanáveis, tendo como mote o fato da exposição sem medida à violência e à morte. Se o escravo está na histórica senzala brasileira absolutamente abandonado à violência e ao cálculo sobre a vida, o que nos impediria de identificá-la como outra realização do projeto biopolítico ocidental? O senhor de escravos era também um senhor de soberania e na senzala vigorava a exceção soberana. Trata-se aqui de salientar, para além dos balizamentos filosóficos propostos pelo filósofo da profanação, como a escravidão e a senzala realizaram, antes do nascimento dos campos do século vinte, a conversão do homem em recurso biológico, em vida nua, na ondulação da fina linha de mão dupla que se estende, e sempre retorna, da biopolítica à tanatopolítica.

Biografia do Autor

Daniel Arruda Nascimento, Instituto de Ciências da Sociedade da Universidade Federal Fluminense

Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas. Professor Adjunto do Instituto de Ciências da Sociedade da Universidade Federal Fluminense. Autor de Do fim da experiência ao fim do jurídico: percurso de Giorgio Agamben e Umbrais de Giorgio Agamben: para onde nos conduz o homo sacer? Email: [email protected].

Patrick Farias Nogueira, Universidade Federal Fluminense

Discente do Curso de Bacharelado em Direito da Universidade Federal Fluminense, no Instituto de Ciências da Sociedade, contemplado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica 2014, pelo projeto Senzala como campo biopolítico: uma investigação filosófica sob o patrocínio das teses de Giorgio Agamben. Email: [email protected].

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Publicado

2015-12-11

Como Citar

Nascimento, D. A., & Nogueira, P. F. (2015). A senzala brasileira enquanto campo biopolítico. Profanações, 2(2), 84–96. https://doi.org/10.24302/prof.v2i2.1057

Edição

Seção

Artigos